Após 500
anos do descobrimento do Brasil, ainda existe 215 nações e 170 línguas
indígenas diferentes. Muitas delas preservam a riqueza de sua cultura e arte.
AIMORÉ
Grupo
não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do
Espírito Santo. Grande corredores e guerreiros temíveis, foram os responsáveis
pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Só foram
vencidos no início do século 20. Eram apenas 30 mil
APALAI
Nomes
alternativos: Aparai, Apalay
Classificação
lingüística: Carib
População:
450 (1993 SIL)
Local:
Pará, principalmente no Rio Paru Leste, com remanescentes nos rios Jari e
Citare. 20 aldeias
APINAYÉ
Nomes
alternativos: Apinajé, Apinagé
Classificação
lingüística: Macro-Gê
População:
800 (1994 SIL)
Local:
Tocantins, perto de Tocantinópolis, 6 aldeias
APURINÃ
Nomes
alternativos: Ipurinãn, Kangite, Popengare
Classificação
lingüística: Arawak
População:
2,000 (1994 SIL)
Local:
Amazonas, Acre; espalhados sobre 1600 kilômetros do Rio Purus, de Rio Branco
até Manaus
ARARA DO
PARÁ
Nomes
alternativos: Ajujure
Classificação
lingüística: Caribe
População:
110 (1994 SIL)
Local:
Pará em 2 aldeias
ASURINI
DO TOCANTINS
Nomes
alternativos: Assuriní, Akwaya
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV)
População:
191 (1995 AMTB)
Local:
Trocará on the Tocantins River, Pará
ASURINI
DO XINGU
Nomes
alternativos: Awaté
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kayabi-Arawete (V)
População:
63 (1994 ALEM)
Local:
Pelo menos uma aldeia de tamanho razoável fica no Rio Piçava cerca do Rio
Xingu, perto de Altamira, Pará
ATROARI
Nomes
alternativos: Atruahí, Atroaí, Atrowari, Atroahy, Ki'nya
Classificação
lingüística: Caribe
População:
350 (1995 SIL)
Local:
Nos rios Alalau e Camanau na fronteira entre o estado de Amazonas e o
território de Roraima. Também nos rios Jatapu e Jauaperi
AVÁ-CANOEIRO
Povo de
língua da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em
Goiás. Em 1973, um grupo foi contatado. Foram pegos "a laço" por uma
equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do
Araguaia (Iha do Bananal) e colocados ao lado de seus maiores inimigos
históricos, os Javaé . Parte da área indígena Avá-Canoeiro, identificada em
1994 com 38.000 ha, nos municípios de Minaçu e Cavalcante em Goiás, está sendo
alagada pela hidrelétrica Serra da Mesa, no rio Maranhão.
BANAWÁ
Nomes
alternativos: Kitiya, Banavá, Banauá, Jafí
Auto-denominação:
Kitiya
Classificação
lingüística: Arawak
População:
80
Local:
Amazonas, rio acima bem distante dos Jamamadi. A metade mora no Rio Banawá,
outros em riachos pequenos e em locais espalhados. 1 aldeia e 2 colonias de
famílias extensas
BORORO
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Bororo
População:
1000+
Local:
Mato Grosso central, 7 aldeias
Povo
falante de língua do tronco macro-jê. Os Bororo atuais são os Bororo Orientais,
também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo
Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai,
onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhois fundaram várias aldeias de
missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas
da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo tanto pelas
moléstias contraídas quanto pelos casamentos com não-índios.
CAETÉ
Os
deglutidores do bispo Sardinha viviam desde a ilha de Itamaracá até as margens
do Rio São Francisco. Depois de comerem o bispo, foram considerados
"inimigos da civilização". Em 1562, Men de Sá determinou que fossem
"escravizados todos, sem exceção". Assim se fez. Seriam 75 mil
CAIAPÓS
Explorando
a riqueza existente nos 3,3 milhões de hectares de sua reserva no sul do Pará -
especialmente o mogno e o ouro -, os caiapós viraram os índios mais ricos do
Brasil. Movimentam cerca de U$$15 milhões por ano, derrubando, em média, 20
árvores de mogno por dia e extraindo 6 mil litros anuais de óleo de castanha.
Quem iniciou a expansão capitalista dos caiapós foi o controvertido cacique
Tutu Pompo (morto em 1994). Para isso destitui o lendário Raoni e enfrentou a
oposição de outro caiapó, Paulinho Paiakan. Ganhador do Prêmio Global 500 da
ONU, espécie de Oscar ecológico, admirado pelo príncipe Charles e por Jimmy
Carter, Paiakan foi acusado do estupro de uma jovem estudante branca, em junho
de 1992. A absolvição, em novembro de 94, não parece tê-lo livrado do peso da
suspeita. Paiakan - mitificado na Europa, criminoso no Brasil - é uma
contradição viva e um símbolo da relação entre brancos e índios.
CAIUÁ
Nomes
alternativos: Kaiwá, Kaajova, Kaiova, Kaiowá
Auto-denominação:
Te'yi
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Subgrupo I
População:
27.000
Local:
Mato Grosso do Sul
CANELA
Nomes
alternativos: Kanela
Classificação
lingüística: Macro-Gê,
Gê-Kaingang,
Gê, Noroeste, Timbira
População:
1,420 (1995 SIL), inclusive 950 Ramkokamekra, 470 Apanjekra
Local:
Maranhão, sudeste do Pará
CARIJÓ
Seu
território ia de Cananéia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o
melhor gentio da costa", foram receptivos à catequese. Isso não impediu
sua escravização em massa por parte dos colonos de São Vicente. Em 1554,
participaram do ataque a São Paulo. Eram cerca de 100 mil
CINTA
LARGA
Classificação
lingüística: Tupi, Monde
População:
1,000 (1995 SIL)
Local:
Oeste de Mato Grosso
DENI
Nomes
alternativos: Dani
Classificação
lingüística: Arawak
População:
600 (1986 SIL)
Local:
Amazonas
FULNIÔ
Nomes
alternativos: Furniô, Fornió, Carnijó, Iatê, Yatê
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Fulnio
População:
2,788 (1995 SIL)
Local:
Pernambuco
GUAJAJARA
Nomes
alternativos: Guazazara, Tenetehar, Tenetehára
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV)
População:
13.000 - 14.000
Local:
Maranhão, 81 aldeias
GOITACÁ
Ocupavam
a foz do Rio Paraíba. Tidos como os índios mais selvagens e cruéis do Brasil,
encheram os portugueses de terror. Grandes canibais e intrépidos pescadores de
tubarão. Eram cerca de 12 mil.
GUARANI
MBYÁ
Nomes
alternativos: Mbyá, Guaraní
Auto-denominação:
Guarani
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Subgrupo I
População:
15.000 no Brasil, no Paraguai e na Argentina
Local:
Sudoeste do Paraná, Sudeste de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Espírito Santo, Minas Gerais. 35 aldeias. Também na Argentina
HIXKARYANA
Nomes
alternativos: Hixkariana, Hishkaryana, Parukoto-Charuma, Parucutu, Chawiyana,
Kumiyana, Sokaka, Wabui, Faruaru, Sherewyana, Xerewyana, Xereu, Hichkaryana
Classificação
lingüística: Caribe
População:
804 (censo de Maio, 2001)
Local:
Amazonas, Rio Nhamundá acima até os rios Mapuera e Jatapú
HUPDA
Nomes
alternativos: Hupdé, Hupdá Makú, Jupdá Macú, Makú-Hupdá, Macú De Tucano, Ubdé
Classificação
lingüística: Maku (Puinave, Macro-Tucano)
População:
1,208 no Brasil (1995 SIL); 150 na Colômbia (1991 SIL); 1,350 nos dois países
Local:
Rio Auari, noroeste de Amazonas
IANOMÂMI ou YANOMÁMI
WAICÁ CENTRAL
Nomes alternativos:
Yanomámi, Waicá, Waiká, Yanoam, Yanomam,
anomamé,
Surara, Xurima, Parahuri
Classificação
lingüística: Yanomam
População:
4.500
Local:
Posto Waicá, Rio Uraricuera, Roraima, Posto Toototobi, Amazonas, Rio Catrimani,
Roraima
Povo
constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família, não
classificada em troncos. Denominada anteriormente Xiriâna, Xirianá e Waiká, a
família Yanomami abrange as línguas Yanomami, falada na maior extensão
territorial, Yanomám ou Yanomá, Sanumá e Ninam ou Yanam, as quatro com vários
dialetos. Os Yanomami vivem no oeste de Roraima, no norte do Amazonas e na
Venezuela, num total de 20 mil índios.
IKPENG
Nomes
alternativos: Txikão, Txikân, Chicao, Tunuli, Tonore
Classificação
lingüística: Carib
População:
240
Local:
Parque Xingu, Mato Grosso
JAMAMADI
Nomes
alternativos: Yamamadí, Kanamanti, Canamanti
Classificação
lingüística: Arawak
População:
250
Local:
Amazonas, espalhados sobre 512.000 km2
JARAWARA
Nomes
alternativos: Jaruára, Yarawara
Classificação
lingüística: Arawá
População:
160
Data do
início do trabalho da SIL: 1987
Local:
Seis aldeias dentro da area indígena Jamamadi-Jarawara, no município de Lábrea,
Amazonas. A reserva fica perto do rio Purus, acima de Lábrea e no lado oposto
do rio.
JUMA
Nomes
alternativos: Yumá, Katauixi, Arara, Kagwahiva, Kagwahibm, Kagwahiv, Kawahip,
Kavahiva, Kawaib, Kagwahiph
Auto-denominação:
Kagwahiva
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kawahib (VI)
População:
Havia 300 em 1940
Local:
Amazonas, Rio Açuã, tributário do Mucuim
JURUNA
Povo
indígena cuja língua é a única representante viva da família Juruna, do tronco
Tupi. Autodenominam-se Yudjá; o nome Juruna significa, em Tupi-Guarani, “bocas
pretas”, porque a tatuagem características desses índios era uma linha que
descia da raiz dos cabelos e circundava a boca. Na metade do século XIX tinham
uma população estimada em 2.000 índios, que viviam no baixo rio Xingu. Um grupo
migrou mais para o alto do rio, hoje em território compreendido pelo Parque do
Xingu (MT). Segundo levantamento de médicos da Escola Paulista de Medicina, que
prestam serviços de saúde aos índios do parque, em 1990 eram 132 pessoas.
Alguns Juruna vivem dispersos na margem direita do médio e baixo rio Xingu, e
há um grupo de 22 índios, segundo dados da Funai de 1990, que vive na Volta
Grande do rio Xingu, numa pequena área indígena chamada Paquiçaba, no município
de Senador José Porfírio, no sudeste do Pará. Suas terras serão atingidas pela construção
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
KAAPOR
Nomes
alternativos: Urubu-Kaapor
Auto-denominação:
Ka'apor
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Oyampi (VIII)
População:
800
Local:
Maranhão, 10 aldeias espalhadas sobre 7168 km2. Há quatro aldeias grandes, Zê
Gurupi, Ximbo Renda, Gurupi-una e Água Preta.
Os
primeiros encontros de paz dos Kaapor com os brasileiros ocorreram em 1928 em
Canindé no rio Gurupi. Em 1928 era conhecido como Posto Indígena Pedro Dantas.
Naquela época, o Posto se encontrava na ilha na frente do local atual de
Canindé, do lado do Pará. Veja as três perspectivas sobre estes encontros neste
website do Kaapor. Com a chegada de civilização os Kaapor se retiraram para a
selva até que a reserva presente foi demarcada. A população estava estável com
cerca de quinhentas pessoas por muitos anos. Houve um censo feito pelo chefe do
Posto Canindé em 1968 e a população foi enumerada em um pouco mais de
quinhentas pessoas. Naquela época, o chefe do posto foi a quase todas as
aldeias e fez um censo. Mais um censo foi feito pelo chefe do Posto Turiaçu no
final dos anos 70. Mais uma vez, foram enumerados em pouco mais de quinhentas
pessoas. Desde então a distribuição de medicamentos por vários grupos ajudou a
combater a mortalidade infantil, e também ajudou aos adultos a sobreviverem
epidemias de gripe forte. Atualmente (2002) os Kaapor estão enumerados em cerca
de oitocentas pessoas.
Uma
característica interessante da língua Kaapor foi o desenvolvimento de uma
língua de sinais entre eles. Existem vários surdos-mudos entre eles que são
capazes de se comunicar com outros que não são surdos-mudos. O povo desenvolveu
uma língua de sinais entre si (sistema de comunicação intra-tribal). Um
surdo-mudo visitando uma aldeia distante tem capacidade de se comunicar com um
membro de outra aldeia sem problema. (Um trabalho sobre a língua de sinais
Kaapor será publicado neste web site no futuro.)
Uma outra
característica interessante é sua elaborada cerimônia de nomeação, com muitos
enfeites de pena. No dia de nomear o(s) filho(s), esperam o nascimento do sol,
e enfrentando o sol nascente o padrinho escolhido dançará com uma criança em
seus braços, tocando um apito feito do osso do pé do gavião-real. Diversas
crianças podem ser nomeadas durante esta cerimônia. O padrinho e o pai da
criança têm ornamentos feitos de penas tais como um capacete feita das penas da
cauda do pássaro japu, uma peça nos lábios decorada com a pena da cauda da
arara como base, brincos, pulseiras, e às vezes faixas no braço também. Esta
cerimônia está precedida por uma noite de bebedeira onde consomem quantidades
grandes de cerveja feita de beiju (purê de mandioca tostada em bolinhos redondos)
de banana ou de caju. A língua Kaapor tem 14 consoantes e 6 vogais que são
orais e podem ser nasais.
KADIWÉU
Nomes
alternativos: Mbaya-Guaikuru, Caduvéo, Ediu-Adig
Classificação
lingüística: Mataco-Guaicuru
População:
2 mil
Local:
Mato Grosso do Sul, cerca da Serra da Bodoquena. 3 aldeias
KAIAPÓ
Ou
Kayapó, ou Caiapó. Povo de língua da família Jê. Distribuem-se por 14 grupos,
num vasto território que se estende do SE do Pará ao N do Mato Grosso, na
região do rio Xingu. Os grupos são: Gorotire, Xikrin do Cateté, Xikrin do
Bacajá, A’Ukre, Kararaô, Kikretum, Metuktire (Txucarramãe), Kokraimoro,
Kubenkrankén e Mekragnoti. Há indicações de pelo menos três outros grupos ainda
sem contato com a sociedade nacional.
KAINGANG
Nomes
alternativos: Coroado, Coroados, Caingang, Bugre
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Gê-Kaingang, Kaingang do norte
População:
18,000 (1989 U. Wiesemann SIL)
Local:
São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul; 21 locais
KAINGANG
Ou
Caingangue. Povo de língua da família Jê. Também conhecidos como Coroados,
vivem em 26 pequenas áreas indígenas no interior dos estados de São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São aproximadamente 7.000 índios.
KAMAYURÁ
Nomes
alternativos: Kamaiurá, Camaiura, Kamayirá
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kamayura (VII)
População:
279 (1995 AMTB)
Local:
Parque Xingu, Mato Grosso
KARAJÁ
Nomes
alternativos: Xambioá, Chamboa, Ynã
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Karaja
População:
1,700 (1995 SIL)
Local:
Goiás, Pará, Mato Grosso, Rio Araguaia, Ilha Bananal, e Tocantins
KARIPUNA
DO AMAPÁ
Nomes
alternativos: Karipúna, Karipúna do Uaçá, Patuwa
Classificação
lingüística: Crioulo (francês)
População:
672 (1995 SIL)
Local:
Amapá, na fronteira da Guiana Francesa
KARITIANA
Nomes
alternativos: Caritiana
Classificação
lingüística: Tupi, Arikem
População:
150 (1995 SIL)
Local:
Rondônia
KAXARARI
Nomes alternativos:
Kaxariri
Classificação
lingüística: Pano
População:
220 (1995 AMTB)
Local:
Alto Rio Marmelo, tributário do Rio Abuna, Acre, Rondônia, Amazonas
KAYABI
Nomes
alternativos: Kajabí, Caiabi, Parua, Maquiri
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kayabi-Arawete (V)
População:
800 (1994 SIL)
Local:
Norte de Mato Grosso, Parque Xingu, e sul do Pará; Rio Teles Pires e Tatui,
muitas aldeias
KAYAPÓ
Nomes
alternativos: Xikrin, Txhukahamai
Auto-denominação:
Mebêngôkre
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Gê, Kayapó
População:
5.000
Local:
Parque Xingu, Mato Grosso, sul do Pará. 9 aldeias
Antigamente
os Kayapó eram considerados uma tribo muito belicosa e agressiva morando no sul
do Pará e norte de Mato Grosso, vagueando por um território vasto desde a
margem leste do Xingu até o Tapajós. A parte oriental da tribo foi pacificada
por volta de 1940, e a parte ocidental na década de 50, pelos irmãos Villas
Boas. Eles guerreavam com tribos vizinhas como Karajá, Juruna, Xavante,
Tapirapé, Kreen-Akorore e outras, como também ribeirinhos, seringueiros e
outros no local. Eles matavam, tocavam fogo nas aldeias e vilarejos, roubavam e
sequestravam. Alguns dos cativos ainda hoje estão vivos, integrados na
sociedade Kayapó, casados com filhos e netos. Além de guerrear com não-Kayapó,
eles também praticavam guerra interna, com aldeias diferentes atacando e se
matando umas as outras. Hoje em dia não tem mais guerra interna, nem guerra
contra outras tribos, porém eles insistem em sua natureza belicosa, pois atacam
aqueles que invadem suas terras.
Alguns
aspectos distintivos da cultura Kayapó são os bodoques que os homens costumavam
usar e ainda são usados por alguns, embora a nova geração não continue a
praticar. Outro aspecto é a pintura corporal, uma coisa muito bonita, feita com
linhas geométricas e intricadas. Crianças e adultos de ambos os sexos costumam
usar. As primorosas festas constituem outro aspecto muito interessante. Estas
festas chegam ao clímax, depois de um período de meses, durante o qual cada
ritual se adere minuciosamente com suas canções, danças e cerimônias especiais
próprias para aquela festa. A língua tem 17 vogais e 16 consoantes, e padrão
distinto de entoação e vogal prolongada para dar ênfase.
KRAHÔ
Classificação
lingüística: Macro-Gê População: 1,200 (1988 SIL)
Local:
Maranhão, sudeste do Pará, Tocantins, 5 aldeias
KUIKURO
Nomes
alternativos: Kuikuru, Guicurú, Kurkuro, Cuicutl, Kalapalo, Apalakiri,
Apalaquiri
Classificação
lingüística: Carib
População:
526, inclusive 277 Kuikuro e 249 Kalapalo (1995 AMTB)
Local:
Parque Xingu, Mato Grosso
KURÂ-BAKAIRI
Nomes
alternativos: Bakairí, Bacairí, Kura
Classificação
lingüística: Caribe
População:
800 – 900
Local:
Mato Grosso em 9 ou 10 aldeias
MAMAINDÉ
Nomes
Alternativos: Nambikuára do Norte
Auto-Denominação:
Mamaindé
Classificação
lingüística: Nambikuára, Nambikuára do Norte, Mamaindé
População:
170+
Local:
Mato Grosso, na divisa de Rondônia
MAXAKALI
Nomes alternativos:
Caposho, Cumanasho, Macuni, Monaxo, Monocho
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Maxakali
População:
728 (1994 SIL)
Local:
Minas Gerais, 160 km interior do litoral, 14 aldeias
MUNDURUKU
Nomes
alternativos: Mundurucu, Weidyenye, Paiquize, Pari, Caras-Pretas
Classificação
lingüística: Tupi
População:
7.000 ou mais
Local:
Pará, Amazonas. 22 aldeias
Os
Munduruku vivem em 32 aldeias, em três áreas no Pará e Amazonas. Eles vivem da
caça, pesca, coleta e agricultura. O grau de bilingüismo dos Munduruku não é
muito alto, sendo o dos homens maior do que o das mulheres e crianças.
NADËB
Nomes
Alternativos: Makú-Nadëb, Makú
Auto-Denominação:
Nadëb
Classificação
lingüística: Makú, Nadëb
População:
300
Local: 2
aldeias: Rio Uneiuxi e Rio Japurá, Amazonas
NAMBIKUARA
Nomes
Alternativos: Nambikuara do Sul, Nambikwara, Nambiquara
Classificação
lingüística: Nambikuara, Nambikuara do Sul, Nambikuara
População:
900
Local:
Noroeste de Mato Grosso, espalhados na rodovia Porto Velho-Cuiabá por cerca de
300 km. 10 aldeias
PALIKUR
Classificação
lingüística: Aruák, Aruák do Norte, Palikur
População:
1600 no Brasil e na Guiana Francesa
Local:
Nos litorais do Norte às margens dos rios, Amapá
PARAKANÃ
Nomes
alternativos: Parakanân, Parocana
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV)
População:
451 (1995 AMTB)
Local:
Pará, Parque Xingu, parte inferior do Rio Xingu
PARESI
Nomes
alternativos: Parecis, Paressí, Haliti
Auto-denominação:
Haliti
Classificação
lingüística: Arawak
População:
1,200 (1994 SIL)
Local:
Mato Grosso, 6,000 km2. 15 a 20 aldeias
PAUMARI
Nomes
alternativos: Paumarí, Palmari
Auto-denominação:
Pamoari
Classificação
lingüística: Arawá
População:
700
Local:
Amazonas. 4 aldeias
PATAXÓ
Povo de
língua da família Maxacali, do tronco Macro-Jê. Abandonou sua língua original e
expressa-se apenas em português. Vive no sul da Bahia, em Barra Velha, Coroa
Vermelha e Monte Pascoal, em zona economicamente valorizada (cacau e turismo),
nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália e nas áreas indígenas Mata
Medonha e Imbiriba. Em 1990, eram aproximadamente 1.600 índios.
PIRAHÃ
Nomes
alternativos: Múra-Pirahã
Classificação
lingüística: Mura
População:
Cerca de 300
Local:
Amazonas, nos rios Maici e Autaces
POTIGUAR
Senhoreavam
a costa desde São Luís até as margens do Parnaíba, e das margens do Rio Acaraú,
no Ceará, até a cidade de João Pessoa, na Paraíba. Exímios canoeiros, inimigos
dos portugueses, seriam uns 90 mil
RIKBAKTSA
Nomes
alternativos: Aripaktsa, Erikbatsa, Erikpatsa, Canoeiro
Classificação
lingüística: Macro-Gê
População:
970
Local:
Mato Grosso, confluência dos rios Sangue e Juruena, Japuira na beira do leste
do Juruena entre os rios Arinos e Sangue, e Posto Escondido na beira do oeste
do Juruena 700 kilómetros ao norte. 9 aldeias e 14 colônias.
SATERÉ-MAWÉ
Nomes
alternativos: Maue, Mabue, Maragua, Sataré, Andira, Arapium
Classificação
lingüística: Tupi, Mawe-Satere
População:
9,000 (1994 SIL)
Local:
Pará, Andirá e outros rios. Talvéz também em Amazonas. Mais de 14 aldeias
SURUÍ DO
PARÁ
Nomes
alternativos: Akewere, Akewara, "Mudjetíre",
"Mudjetíre-Suruí", Suruí
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV)
População:
140 (1995 A. Graham SIL)
ocal:
Pará, 110 km. de Marabá, no município de São João do Araguaia
SURUI DE
RONDÔNIA
Nomes
alternativos: Suruí
Auto-denominação:
Paíter, Paiter
Classificação
lingüística: Tupi, Mondé, Suruí
População:
900
Local:
Rondônia, na fronteira entre Rondônia e Mato Grosso
SUYÁ
Classificação
lingüística: Macro-Gê
População:
196, inclusive 31 Tapayuna (1995 AMTB)
Local:
Parque Xingu, Mato Grosso, fonte do Rio Culuen.
TENHARIM
Nomes
alternativos: Tenharem, Tenharin
Auto-denominação:
Kagwahiva
Classificação
lingüística: Tupi
População:
465
Local:
Amazonas. Os Diahói moram no rio Marmelos, os Karipuna no Posto Rio Jaci Paraná
em Rondônia, os Morerebi no Rio Preto e Marmelos. 2 aldeias
TERENA
Nomes
alternativos: Terêna, Tereno, Etelena
Classificação
lingüística: Arawak
População:
20.000
Local:
Mato Grosso do Sul, em 20 aldeias e 2 cidades
O povo
Terena mora principalmente no estado de Mato Grosso do Sul, ocupando áreas
entre Campo Grande, ao leste, e o Rio Miranda, ao oeste. Residem em mais ou
menos vinte aldeias, havendo as maiores concentrações nas seguintes áreas:
1.
Cachoeirinha/Moreira, na vizinhança de Miranda
2.
Taunay-Bananal, entre Miranda e Aquidauana que fica uma hora de ônibus das duas
cidades
3. Limão
Verde, na área de Aquidauana
4. Buriti
e outras aldeias perto, na vizinhança de Campo Grande População:
aproximadamente 20,000. A SIL começou a trabalhar entre os terena em 1957.
Naquela época, pensava-se que este grupo já tivesse sido bastante assimilado na
sociedade brasileira. A sua antiga estrutura política tribal já não funcionava
mais, e a maioria dos seus costumes e crenças tradicionais não estavam sendo
praticados mais. Em ocasiões especiais como no Dia do Índio, 19 de abril, ainda
fazem a Dança da Ema com as suas sete peças. Na região é conhecida como a dança
do Bate-Pau. Embora os terenas sejam um povo basicamente agricultor, mudanças
significantes têm ocorrido durante os últimos cinqüenta anos. Com maior ênfase
agora em adquirir uma boa educação escolar, há maior diversidade hoje em dia na
maneira que ganham a vida.
TREMEMBÉ
Grupo
não-tupi, que vivia do sul do Maranhão ao norte do Ceará, entre os dois
territórios potiguares. Grande nadadores e mergulhadores, foram,
alternadamente, inimigos e aliados dos portugueses. Eram cerca de 20 mil
TABAJARA
Viviam
entre a foz do Rio Paraíba e a ilha de Itamaracá. Aliaram-se aos portugueses.
Deviam ser uns 40 mil
TEMIMINÓ
Ocupavam
a ilha do Governador, na baía de Guanabara, e o sul do Espírito Santo. Inimigos
dos tamoios, aliaram-se aos portugueses. Sob liderança de Araribóia, foram
decisivos na conquista do Rio. Eram 8 mil na ilha e 10 mil no Espírito Santo.
TAMOIO
Os
verdadeiros senhores da baía de Guanabara, aliados dos franceses e liderados
pelos caciques Cunhambebe e Aimberê, lutaram até o último homem. Eram 70 mil.
TUPINAMBÁ
Constituíam
o povo tupi por excelência. As demais tribos tupis eram, de certa forma, suas
descendentes, embora o que de fato as unisse fosse a teia de uma inimizade
crônica. Os tupinambás propriamente ditos ocupavam da margem direita do rio São
Francisco até o Recôncavo Baiano. Seriam mais de 100 mil.
TUPINIQUIM
Foram os
índios vistos por Cabral. Viviam no sul da Bahia e em São Paulo, entre Santos e
Bertioga. Eram 85 mil.
WAI-WAI
Ou
Waiwai, Uaiai. Povo de língua da família Karíb. Vivem na área indígena
Nhamundá-Mapuera, na fronteira do Pará com o Amazonas, e Waiwai, em Roraima. A
população é constituída por uma mistura de várias tribos atraídas e assimiladas
por eles ao longo dos anos, entre as quais as dos Karafawyana, dos Kaxuyana e
dos Hixkariana. Em 1990, segundo a Funai, somavam cerca de 1.250 índios.
WAIÃPI
Nomes
alternativos: Wayampi, Wayãpi, Oyampi, Oiampi, Oyampik, Guayapi
Auto-denominação:
Waiãpi
Classificação
lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Subgrupo 8, Wayampi
População:
1000+
Local: Várias
aldeias nos tributários do rio Amapari na parte leste do Amapá e nos rios
Oiapoque e Camopi na Guiana Francesa; há também uns poucos falantes no rio Paru
Leste, na parte nordeste do Pará, Brazil
WAURÁ
Nomes
alternativos: Uaura, Aura
Classificação
lingüística: Arawak
População:
300
Local:
Parque Xingu, Mato Grosso
XAVANTE
Nomes
Alternativos: Xavánte, Shavante, Chavante
Auto-Denominação:
A’uw?
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Gê,
Agrupamento
Akwén, Xavante
População:
10.000+
Local: Na
parte leste do Mato Grosso, 60 aldeias
Os
Xavante são um povo forte e orgulhoso, tendo a reputação de serem muito
agressivos e guerreiros. A primeira tentativa de pacificar os Xavante ocorreu
no século 19, quando o governador da província de Goiás arrebanhou muitos
Xavantes naquela área e os instalou num grupo de aldeias oficiais com outros
grupos tribais e não-indígenas. Eles não se conformaram com a perspectiva de
ficarem ali por muito tempo, e eventualmente fugiram de volta para a selva.
Eles permaneceram relativamente imperturbados e inatingíveis até à década dos
‘40 e ‘50. Até fins dos ‘50, todas as facções Xavante, que tinham migrado para
o estado de Mato Grosso, tinham sido pacificados – o último dos grandes grupos
tribais no Brasil a iniciar contato regular com o mundo de fora.
A
caraterística mais marcante da sociedade Xavante pode ser a sua feição
dualista: a divisão da tribo inteira em dois clãs – âwaw? e po'reza'õno.
Permite-se o casamento somente entre membros de clãs opostos. Algumas outras
caraterísticas distintas da cultura Xavante incluem os longos e complexos ritos
de iniciação para meninos, culminando na cerimônia de furar orelha – no qual
pequenos paus são inseridos no lóbulo das orelhas dos iniciados. Estes paus são
usados – e em tamanhos progressivamente maiores – durante o resto das vidas
deles. Os Xavante são famosos também pelas suas corridas de troncos de árvore,
onde os dois clãs competem numa espécie de corrida de revezamento, carregando
por alguns kilômetros troncos de buriti que pesam até 80 kilogramas. As
mulheres tecem um tipo de cesta incrivelmente forte, a qual elas usam para
carregar os nenês recem-nascidos. A ampla alça da cesta passa pela testa da
mulher, enquanto a cesta mesma fica deitada nas costas dela, livrando assim, as
mãos da mulher para outros trabalhos. Uma aldeia tradicional é construída com
as casas dispostas em forma de ferradura de cavalo, dando-se o seu lado aberto
para o rio. O domínio da mulher é a casa, cujo abertura sempre dá para o centro
da aldeia. O domínio do homem é o lugar de reuniões no centro da aldeia, onde
são tomadas todas as decisões importantes no conselho diário dos homens.
A língua
Xavante contém 13 consoantes e 13 vogais – das quais quatro são nasais. Termos
de honra e carinho são usados com referência a outros, como os parentes por
afinidade e os netos. Muitos destes relacionamentos chaves são atualmente
refletidos na gramática da língua. Por exemplo, ao falar diretamente ao genro,
um homem usará a forma gramática indireta (terceira pessoa) em vez das formas
da segunda pessoa. (Para mais sobre este assunto, veja a publicação neste site
com o título Xavante Morphology and Respect/Intimacy Relationships (em Inglês,
312 kB).)
XOKLENG
Nomes
alternativos: Aweikoma, Bugre, Botocudos
Classificação
lingüística: Macro-Gê, Gê-Kaingang, Kaingang do norte
População:
250 falantes (1975) de um grupo étnico de 634 (1986 SIL)
Local:
Santa Catarina, no tributário do Rio Itajaí.
YUHUP
Nomes
alternativos: Makú-yahup, Yëhup, Yahup, Yahup Makú, "Maku"
Classificação
lingüística: Maku
População:
360 no Brasil (1995 MTB); 600 em total (1986 SIL)
Local:
Amazonas, num tributário do Rio Vaupés. Talvez também na Colômbia
Fontes: Eduardo Bueno, in “Brasil 500 anos” e Summer Institute of Linguistics
(Sil Brasil)
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