terça-feira, 31 de julho de 2012

EQUADOR PRÉ-HISTÓRICO


Somente a partir dos meados do século XX, o Equador começou a ser explorado cientificamente, o que permitiu uma visão geral de suas riquezas arqueológicas. A pesquisa concentrou-se, sobretudo, nas culturas costeiras, evidenciando-se suas relações com a Mesoamérica. Torna-se lícito empregar aqui a divisão usual adotada para a Mesoamérica e Peru, ou seja, época pré-clássica, clássica e pós-clássica, apesar de não ser possível efetuar uma separação tão nítica quanto na Mesoamérica.

O PERÍODO PRÉ-CLÁSSICO o começa com a CULTURA DE VALDÍVIA, pequena aldeia de pescadores na península Elena. Lá foi encontrada a mais antiga cerâmica, representativa de todo o continente, datada, segundo testes rádio-carbônicos, entre 3.200 e 1.800 a.C.







O homem de Valdívia não era nômade; era sedentário e viveu exclusivamente da pesca. sua cerimônia já denota a característica equatoriana: marcada preferência pela plástica figurativa independente, sem paralelos com outras culturas da região do Novo Mundo.

 

Depois do período de Valdívia segue, no começo do segundo milênio, a fase MACHALILA. Porém a mais importante é a cultura CHORRERA, entre 1.700 e 500 a.C, nas baixadas do rio Daule. Esta desenvolveu, apesar de suas relações com o Peru, uma arte própria, largamente difundida e voltada para o futuro. Algumas de suas figuras de terracota apresental traços olmecas.

MACHALILA

MACHALILA

CHORRERA

CHORRERA

CHORRERA

CHORRERA

CHORRERA

CHORRERA
 
CHORRERA

No PERÍODO CLÁSSICO, isto é, entre 500 a.C. a 500 d.C., desenvolveram-se no Equador inúmeras culturas regionais. Aqui, apenas as mais importantes merecem menção, ou seja, a de LA TOLITA, no norte, e a CULTURA BAHIA, na região costeira.

LA TOLITA

LA TOLITA

LA TOLITA

LA TOLITA

LA TOLITA

LA TOLITA

LA TOLITA

LA TOLITA

LA TOLITA
Relações com a Mesoamérica parecem certas, sobretudo no norte, onde os selos e cunhos de terracota, as figuras revestidas com penas e as cabeças de animais com goela aberta, permitem a suposição de influência mexicana.

CULTURA BAHIA

CULTURA BAHIA
Na CULTURA JAMA-COSQUE, contígua à cultura Bahia, são características as pequenas estátuas que simbolizam estranhos seres híbridos, fruto da união do homem com o animal. O papel de destaque do jaguar e da serpente na religião e as formas fantasiosas, quase barrocas, levam a supor uma influência maia. Alguns cientistas falam de uma tribo "caras-maia" emigrada da América Central.

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

CULTURA JAMA-COSQUE

Isto ocorre, também, com a cultara de La Tolita, vizinha na região de Jama-Cosque, que recebeu seu nome de uma pequena ilha no delta do rio Santiago, na província Esmeraldas.
 
Favorecido pela situação geográfica surgiu, aqui, um grande centro de criatividade artística. A própria ilha é a maior necrópole do Equador até agora conhecida.

Também em La Tolita predominam os seres híbridos, além de animais totêmicos, como tartarugas, lagartixas, corujas, etc.; jaguar e crocodilo são temas centrais como símbolos da fertilidade. A cerâmica em metal de La Tolita, sobreturo as máscaras de ouro de homens e animais, e os adornos para orelhas e narinas, são extraordinários.

O PERÍODO PÓS-CLÁSSICO, ou "período de integração", de 500 a 1.500 d.C., abrange partes da região costeira e do altiplano, a "Sierra", até as vertentes orientais da cadeia andina. A última florescência nas baixadas, a CULTURA MANTENO, abrange aproximadamente o espaço da civilização Bahia até Machalila, no sul.

As esculturas de pedra descobertas nos centros cerimoniais do planalto, estelas e banquetas em forma de U, com assentos sustentados por figuras humanas, local provável de reunião de "príncipes" ou "sacerdotes", são estranhas às demais culturas costeiras.


A grande variedade de templos, objetos de incenso, divindades humanas e animais, denotam um sentimento religioso profundamente enraizado.

Nos anos sessenta do século XV, grande parte do Equador foi conquistado e subjugado pelos incas. Da grandeza da arquitetura inca na região, resta hoje apenas as ruínas do TEMPLO DO SOL - INGAPIRCA, nas terras de Canari.





Texto de Elizabeth Loibl

domingo, 29 de julho de 2012

COLÔMBIA PRÉ-HISTÓRICA


A Colômbia sempre serviu de passagem às tribos nômadesem seu percuso para o sul. Da região costeira, voltada para o mar do Caribe, conhece-se a cerâmica e os primeiros indícios para o plantio da raiz da mandioca entre 1.500 e 1.000 a.C. Sem dúvida, houve influência do México, o que é válido também para o complexo de Tumaco. As inúmeras figuras de terracota, com cabeças deformadas e as representações de animais, como jaguar e serpentes, lembram os modelos mesoamericanos.






O fenômeno mais impressionante e misterioso da Colômbia é a cultura megalítica do curso superior do rio Madalena. Por uma área de algumas centenas de quilômetros quadrados, estão espalhadas gigantescas estátuas monolíticas, esteiras em forma de coluna, e túmulos.

Somente na área que circunda San Augustin foram encontradas mais de 300 esculturas. Como testemunhas de uma fase mais remota (cercad da primeira metade do século VI a.C.), foram encontradas colunas monolíticas, com linhas simples que sugerem  uma figura humana. No período subsequente, o culto aos mortos dominou todas as manifestações artísticas e culturais, com túmulos, caixas d epedra, estátuas e grandes sarcófagos. A maioria das esculturas estavam em escrínios subterrâneos, muitas vezes como cariátides das tampas. As representações antropomórficas têm, em sua maioria, características de animais: boca, dentição e narinas de jaguar ou outros animais ferozes. Há também representações de serpentes, crocodilos e pássaros.






Enquanto os túmulos de San Augustin eram, em sua maioria, colinas de terra com até 25 metros de diâmetro, descobriram-se mais ao norte, na paisagem de Tierradentro, túmulos feitos na rocha, com nichos, ornatos circulares e motivos figurativos abstratos. Ao contrário de San Augustin, aqui era comum a incineração.


O culto ao jaguar, bastante divulgado, bem como a forma das grandes esculturas, lembaram as obras dos olmecas.





A Colômbia, "terra do ouro", deve essa fama não apenas ao lendário El dorado, mas também aos seus magníficos trabalhos de ourivessaria.




Texto de Elizabeth Loibl