sábado, 28 de março de 2009

LENDA DE AMOR SELKMAN



O calafate é um arbusto verde, com espinhos, que cresce em terras secas e ensolaradas da Terra do Fogo, florescendo entre outubro e janeiro. As flores são amarelas e as frutas, azul-violetas, aparecem em fevereiro.

A história conta que havia um chefe aonikenk que tinha uma linda filha chamada Calafate, da qual era muito orgulhoso. Ela possuía grandes e belos olhos de cor dourada.

Um dia passou pelo lugar um belo jovem selknam e eles se apaixonaram perdidamente. Mesmo sabendo que suas tribos não aceitariam esta união, o amor foi mais forte e decidiram fugir para viverem juntos.


Alguém descobriu o plano e foram denunciados ao chefe aonikenk.
Este supôs que o espírito maligno de Gualicho havia se apoderado de sua filha, incitando-a a unir-se com o inimigo de sua tribo. Furioso, recorreu ao xamã da tribo para frustrar a fuga de Calafate. Ele a enfeitiçou transformando-a em um arbusto, porém permitiu que seus lindos olhos contemplassem o lugar que a viu nascer.

Assim, o calafate a cada primavera se cobre de flores amarelo-ouro, que são os olhos da jovem aonikenk. O xamã fez, ainda, que as flores do calafate se transformassem em um delicioso fruto de cor púrpura, que é o coração da linda jovem aonikenk. Todos os que comem a fruta do calafate ficam apaixonados por ela, como ocorreu com o jovem selknam, e embora morem longe são atraídos àquela região.

O joven selknam jamais pode encontrar a sua amada e depois de buscá-la por muito tempo, morreu de solidão.

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Os SELKMAN habitavam a zona do arquipélago da Tierra del Fuego desde 7.000 anos atrás, quando a ilha estava unida ao continente. Era um povo de caçadores-coletores que desenvolveu o nomadismo com a caça do guanaco como principal atividade. Viviam de maneira tribal até a chegada do homem branco, em torno de 1860, quando começaram a ser caçados como animais. No final do século XIX, havia uma oferta em dinheiro por cada quilo de selkman morto. No início do Século XX, chegaram os missionários cristãos, que levaram à perda gradual de sua cultura.

As duas últimas descendentes do povo Selkman morreram na década de 70.

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