Somente a partir dos meados do século XX, o Equador começou a ser explorado cientificamente, o que permitiu uma visão geral de suas riquezas arqueológicas. A pesquisa concentrou-se, sobretudo, nas culturas costeiras, evidenciando-se suas relações com a Mesoamérica. Torna-se lícito empregar aqui a divisão usual adotada para a Mesoamérica e Peru, ou seja, época pré-clássica, clássica e pós-clássica, apesar de não ser possível efetuar uma separação tão nítica quanto na Mesoamérica.
O PERÍODO PRÉ-CLÁSSICO o começa com a CULTURA DE VALDÍVIA, pequena aldeia de pescadores na península Elena. Lá foi encontrada a mais antiga cerâmica, representativa de todo o continente, datada, segundo testes rádio-carbônicos, entre 3.200 e 1.800 a.C.
O homem de Valdívia não era nômade; era sedentário e viveu exclusivamente da pesca. sua cerimônia já denota a característica equatoriana: marcada preferência pela plástica figurativa independente, sem paralelos com outras culturas da região do Novo Mundo.
Depois do período de Valdívia segue, no começo do segundo milênio, a fase MACHALILA. Porém a mais importante é a cultura CHORRERA, entre 1.700 e 500 a.C, nas baixadas do rio Daule. Esta desenvolveu, apesar de suas relações com o Peru, uma arte própria, largamente difundida e voltada para o futuro. Algumas de suas figuras de terracota apresental traços olmecas.
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MACHALILA |
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CHORRERA |
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No PERÍODO CLÁSSICO, isto é, entre 500 a.C. a 500 d.C., desenvolveram-se no Equador inúmeras culturas regionais. Aqui, apenas as mais importantes merecem menção, ou seja, a de LA TOLITA, no norte, e a CULTURA BAHIA, na região costeira.
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LA TOLITA |
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Relações com a Mesoamérica parecem certas, sobretudo no norte, onde os selos e cunhos de terracota, as figuras revestidas com penas e as cabeças de animais com goela aberta, permitem a suposição de influência mexicana.
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CULTURA BAHIA |
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CULTURA BAHIA |
Na CULTURA JAMA-COSQUE, contígua à cultura Bahia, são características as pequenas estátuas que simbolizam estranhos seres híbridos, fruto da união do homem com o animal. O papel de destaque do jaguar e da serpente na religião e as formas fantasiosas, quase barrocas, levam a supor uma influência maia. Alguns cientistas falam de uma tribo "caras-maia" emigrada da América Central.
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CULTURA JAMA-COSQUE |
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CULTURA JAMA-COSQUE |
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Isto ocorre, também, com a cultara de La Tolita, vizinha na região de Jama-Cosque, que recebeu seu nome de uma pequena ilha no delta do rio Santiago, na província Esmeraldas.
Favorecido pela situação geográfica surgiu, aqui, um grande centro de criatividade artística. A própria ilha é a maior necrópole do Equador até agora conhecida.
Também em La Tolita predominam os seres híbridos, além de animais totêmicos, como tartarugas, lagartixas, corujas, etc.; jaguar e crocodilo são temas centrais como símbolos da fertilidade. A cerâmica em metal de La Tolita, sobreturo as máscaras de ouro de homens e animais, e os adornos para orelhas e narinas, são extraordinários.
O PERÍODO PÓS-CLÁSSICO, ou "período de integração", de 500 a 1.500 d.C., abrange partes da região costeira e do altiplano, a "Sierra", até as vertentes orientais da cadeia andina. A última florescência nas baixadas, a CULTURA MANTENO, abrange aproximadamente o espaço da civilização Bahia até Machalila, no sul.
As esculturas de pedra descobertas nos centros cerimoniais do planalto, estelas e banquetas em forma de U, com assentos sustentados por figuras humanas, local provável de reunião de "príncipes" ou "sacerdotes", são estranhas às demais culturas costeiras.
A grande variedade de templos, objetos de incenso, divindades humanas e animais, denotam um sentimento religioso profundamente enraizado.
Nos anos sessenta do século XV, grande parte do Equador foi conquistado e subjugado pelos incas. Da grandeza da arquitetura inca na região, resta hoje apenas as ruínas do TEMPLO DO SOL - INGAPIRCA, nas terras de Canari.
Texto de Elizabeth Loibl
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