Na costa do Peru, há 5.000 anos, surgiram as primeiras cidades da América do Sul. Na mesma época, aliás, que as cidades da Mesopotâmia, Egito, Creta, China, Índia, México e Guatemala. Mas à diferença daquelas cinco primeiras regiões, que ao longo de sua história, desde épocas antigas, mantiveram contato entre si, a civilização peruana nasceu e se desenvolveu num isolamento parcial, com intercâmbio cultural apenas com seus vizinhos mais próximos – Equador, Bolívia (Altiplano) e Amazônia.
Dentre as cidades peruanas, ÁSPERO se destaca, para os arqueólogos, como um ou o principal centro de origem da civilização peruana – juntamente com cidades contemporâneas de Caral, Bandurrias, Luriunhais e Miraya.
Áspero foi construída sobre suaves colinas na margem direita do Rio Supe, muito próxima ao Oceano Pacífico – cerca de 500 metros apenas –, a 35 metros acima do nível do mar, de frente para uma baia, numa área total tem cerca de 513 hectares. A arqueologia mundial, baseando-se na Mesopotâmia, Egito, Índia e China, considera que o início da civilização se deu a partir do uso da agricultura como suporte da subsistência, o que permitiu aos grupos humanos assentar-se em um lugar e construir cidades. No Peru, no entanto, a sedentarização e a construção de cidades na costa, pródiga em peixes e mariscos, estão ligadas à exploração dos recursos marinhos. A descoberta de Áspero, em 1973, ajudou solidificar a teoria de uma origem marítima dessa civilização, ou seja, sua sedentarização e desenvolvimento posterior deveu-se a produtos obtidos do mar, e não à agricultura. Graças à pesca (particularmente de sardinha e anchova) e a coleta de mariscos puderam sustentar uma vida permanente e sedentária, com uma economia que gerou excedentes que foram usados para estabelecer relações sociais com outros grupos humanos sedentários na costa e no interior do vale, como Bandurria e Caral, e dar origem, finalmente, a uma civilização.
Áspero foi construída no período Pré-Cerâmico Médio e Tardio, começando como uma aldeia de pescadores e marisqueiros sedentários, por volta de 5.000 a.C. Em torno do ano 3.000 a.C, inicia-se a construção das pirâmides, espaços públicos (praças circulares) e áreas residenciais, transformando-a numa cidade de pirâmides que se sustentou da extração de recursos marinhos e o intercâmbio por reciprocidade dos excedentes por produtos agrícolas com as cidades do interior do vale – como Caral –, de onde obtiveram algodão e produtos exóticos como plumas multicoloridas, pedras semi-preciosas, o mullu (concha de caramujo), que foram usadas pela elite governante como símbolo de poder.
Dentro da área urbana, os diversos edifícios e espaços tiveram diferentes funções: as pirâmides, dedicadas ao culto e à administração; as praças públicas como espaços de encontro social; os terraços para a produção artesanal especializada; os armazéns para guardar o excedente e a zona residencial onde se desenvolvia a vida cotidiana.
As pirâmides de Áspero têm um modelo cultural próprio: são estruturas formadas por plataformas sobrepostas, com uma escadaria no centro da sua fachada, que liga um espaço público – geralmente uma praça circular – aos vários recintos pequenos no alto dela formando um único eixo. A técnica usada também é particular e única: o interior das plataformas é sólido, formando por uma mistura de pedra e terra misturados, depositados em pequenos recintos demarcados por finos muros de pedra sem argamassa, formando “alvéolos” chamados SHICRAS. Esta técnica não foi usada nas construções domésticas
Dentre as cidades peruanas, ÁSPERO se destaca, para os arqueólogos, como um ou o principal centro de origem da civilização peruana – juntamente com cidades contemporâneas de Caral, Bandurrias, Luriunhais e Miraya.
Áspero foi construída sobre suaves colinas na margem direita do Rio Supe, muito próxima ao Oceano Pacífico – cerca de 500 metros apenas –, a 35 metros acima do nível do mar, de frente para uma baia, numa área total tem cerca de 513 hectares. A arqueologia mundial, baseando-se na Mesopotâmia, Egito, Índia e China, considera que o início da civilização se deu a partir do uso da agricultura como suporte da subsistência, o que permitiu aos grupos humanos assentar-se em um lugar e construir cidades. No Peru, no entanto, a sedentarização e a construção de cidades na costa, pródiga em peixes e mariscos, estão ligadas à exploração dos recursos marinhos. A descoberta de Áspero, em 1973, ajudou solidificar a teoria de uma origem marítima dessa civilização, ou seja, sua sedentarização e desenvolvimento posterior deveu-se a produtos obtidos do mar, e não à agricultura. Graças à pesca (particularmente de sardinha e anchova) e a coleta de mariscos puderam sustentar uma vida permanente e sedentária, com uma economia que gerou excedentes que foram usados para estabelecer relações sociais com outros grupos humanos sedentários na costa e no interior do vale, como Bandurria e Caral, e dar origem, finalmente, a uma civilização.
Áspero foi construída no período Pré-Cerâmico Médio e Tardio, começando como uma aldeia de pescadores e marisqueiros sedentários, por volta de 5.000 a.C. Em torno do ano 3.000 a.C, inicia-se a construção das pirâmides, espaços públicos (praças circulares) e áreas residenciais, transformando-a numa cidade de pirâmides que se sustentou da extração de recursos marinhos e o intercâmbio por reciprocidade dos excedentes por produtos agrícolas com as cidades do interior do vale – como Caral –, de onde obtiveram algodão e produtos exóticos como plumas multicoloridas, pedras semi-preciosas, o mullu (concha de caramujo), que foram usadas pela elite governante como símbolo de poder.
Dentro da área urbana, os diversos edifícios e espaços tiveram diferentes funções: as pirâmides, dedicadas ao culto e à administração; as praças públicas como espaços de encontro social; os terraços para a produção artesanal especializada; os armazéns para guardar o excedente e a zona residencial onde se desenvolvia a vida cotidiana.
As pirâmides de Áspero têm um modelo cultural próprio: são estruturas formadas por plataformas sobrepostas, com uma escadaria no centro da sua fachada, que liga um espaço público – geralmente uma praça circular – aos vários recintos pequenos no alto dela formando um único eixo. A técnica usada também é particular e única: o interior das plataformas é sólido, formando por uma mistura de pedra e terra misturados, depositados em pequenos recintos demarcados por finos muros de pedra sem argamassa, formando “alvéolos” chamados SHICRAS. Esta técnica não foi usada nas construções domésticas
A praça circular tem cerca de 16 metros de diâmetro, com um muro de pedras marcando seu contorno. A entrada nessas praças se faz por duas pequenas escadarias em lados opostos, mas no mesmo eixo da escadaria central. Ao lado dessas entradas, há dois monólitos de 1.80m de altura, na forma de pórtico.
De acordo com sua localização e características das edificações, e o milenar costume da cultura andina conhecida como DUALIDADE, os arqueólogos dividem essa cidade em duas metades: a “Áspero Alto” e a “Áspero Baixo”. A Áspero Alto foi construída sobre as colinas do oeste da cidade, compreendendo três pirâmides maiores – Huaca dos Ídolos, Huaca Alta e Huaca dos Sacrifícios, cada qual com seus respectivos espaços públicos (praças circulares). Além disso, há um conjunto residencial e área de artesãos. A Áspero Baixo está aos pés dessas colinas, ao norte; é formada por um conjunto de edifícios menores, duas pirâmides, um extenso conjunto residencial e uma grande praça central.
Huaca AltaÉ considerada a pirâmide principal de Áspero, por sei tamanho e localização (na parte mais alta das colinas). É formada pela superposição de três plataformas e uma longa e proeminente escadaria, que parte da praça circular..
Huaca dos Ídolos
Recebeu esse nome por haverem encontrado doze pequenas figuras de argila crua em um dos recintos do alto. Sua escadaria central conduz a um amplo recinto (ante-sala) de 11 x 16 m. a partir da qual pode-se chegar aos demais cômodos, que ficam atrás dela. Desses outros, o recinto principal mede 5,1 x 4,4 m., dividido em duas partes por um pequeno muro em forma de T. Suas paredes estão adornadas por 9 nichos. Ao lado desse cômodo, há um outro recito, menor, que também parece ser importante pois embaixo de se piso foram encontradas, dentro de uma câmara, doze figuras humanas (ídolos) modelados em argila branca e conchas.
Debaixo do piso da praça circular encontrou-se duas cabeças humanas (uma delas olhando para a escadaria central), um antebraço direito, um pé e diversos objetos, além de concha de mullu – um caracol do vale.
Huaca dos Sacrificios
Seu desenho é mais complexo que das anteriores: em seu cume há um recinto considerado principal, com o piso escavado para formar uma pequena lareira considerado como de uso cerimonial, para incinerar pequenas oferendas. Recebeu esse nome por causa dos corpos humanos com marcas de sacrifício encontrados nela – quatro meninos entre 8 e 10 anos e um neonatal. Os crânios dos meninos apresentam evidências de terem sido mortos por um forte golpe na cabeça.
Armazéns
Em uma área localizada ao sul da Huaca Alta e atrás da Huaca dos Sacrifícios há poços que serviram para armazenar alimentos. Isso prova que em Áspero a produção não era apenas para satisfazer o consumo diário, mas que também se armazenava, talvez para cumprir com os deveres de reciprocidade (intercâmbio de bens e serviços) que os unia a Caral. Os poços para armazenamento são circulares, com 1,10 m de diâmetro por 75 cm de profundidade, com paredes revestidas com pedras canteadas e, em seu interior, há restos de conchas de moluscos comestíveis.
Conjuntos Residenciais
Identifica-se ao menos duas áreas que concentram habitações: uma em Áspero Alto e outra em Áspero Baixo. Associados a essas construções, encontram extensos depósitos de restos de moluscos, fibras vegetais e pedra queimada.
Com Áspero foi ocupada durante o período pré-cerâmico, os habitantes dessa cidade não contaram com potes de barro prá cozinhar seus alimentos. A hipótese levantada para explicar a maneira como preparavam seus alimentos é seguinte: esquentavam pedras diretamente no fogo, até ficarem num vermelho vivo; então eram colocadas dentro de depósitos cheios de água. A pedra quente fazia a água entrar em ponto de ebulição ou, ao menos, uma temperatura suficiente para cozinhar os alimentos colocados dentro do depósito. A descoberta de pedras queimadas apóia essa hipótese.
Baseado no artigo homônimo em http://www.arqueologia.com.ar/peru
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