O principal edifício de Tiwahaku é a PIRÂMIDE DE AKAPANA, perfeitamente orientada segundo os pontos cardeais. A noroeste dela, ergue-se o PALÁCIO DE KALASASAYA (onde se encontra a Porta do Sol), cuja entrada principal está orientada para o leste. Este templo encontra-se na frente de um pequeno templo subterrâneo, orientado no eixo norte-sul. Uma estrada passa entre Akapana e Kalasasaya, no sentido Nordeste-Sudoeste, indo até o TEMPLO DE PUMAPUNKU, a uns 980 m de Kalasasaya.
A partir desses elementos podemos ver, com clareza, a bipolaridade da cidade: HANA PACHA, a Cidade Alta, e HURIM PACHA, a Cidade Baixal. Em Tiwanaku, Kalasasaya, solar e diurna, se contrapõe a Pumapunku, lunar e noturna.
O pórtico de entrada do templo solar de Kalasasaya está orientado para o leste. Chega-se a ele por uma pequena escadaria de sete degraus, onde os dois últimos são formados por um bloco monolítico de dezenas de toneladas. Esse pórtico foi projetado para que o sol nascesse bem no seu centro nos Equinócios (de Outono, em 20-21 de Março e da Primavera, 20-21 de Setembro). Mas à frente, no centro trigonométrico do lugar, está o MONOLITO DE PONCE.
Este monólito tem diversas características interessantes: de dois metros de altura, em estilo geométrico, tem o aspecto de um sacerdote paramentado com roupas rituais e em postura hierárquica, trazendo sobre o peito dois vasos de oferendas. Parece que desempenhava uma missão de “relógio solar”, indicando as horas com sua sombra.
Saindo de Kalasasaya pela porta principal, após atravessar um calçada cheia de oratórios, chega-se ao templo semi-subterrâneo, cuja entrada é uma escadaria de seis degraus no seu lado sul. Esta construção é uma das mais antigas do conjunto. Também orientada pelos pontos cardeais, é um espaço retangular de 26m x 28,50m. De suas paredes de andesita rosa destacam-se “cabeças” de pedra clara, projetadas para fora do muro, muito semelhantes às cabeças do homem-jaguar encontradas nas praças semelhantes em Chavin.
No pátio desse templo, encontram-se diversas estátuas, como por exemplo a de um músico tocando uma flauta-de-Pã e os dois ascetas guardando a entrada, mas cujas colunas se transformam em serpentes, - eles parecem simbolizar o sacrifício e o conhecimento adquirido. O aspecto esquelético de todas as estátuas, recorda aquelas de madeira encontradas na Ilha de Páscoa.
Uma das estátua mais interessantes de Tiwanaku é o MONOLITO DE BENNET, em cujo corpo estão gravados os mesmos "gênios alados" encontrados na Porta do Sol. Trata-se de uma representação de WIRACOCHA ou de seu Sacerdote, portador do poder do Jaguar Celeste. Em suas vestes encontramos pontos circulares na disposição da constelação de Órion (Constelação do Jaguar). Tem nas mãos vasos de oferendas, de onde saem peixes – símbolos de sacrifício à Lua.
Todos os aspectos do sol diurno e noturno estão representados no corpo desse monólito, vivificando cada um de seus aspectos e poderes. Uma larga “trompa” se destaca na sua toca, lembrando um elefante. Esse animal – chamado de WARI WILKA – representa o sopro da vida, a energia da Divindade. O mais interessante é que os elefantes desapareceram da América há mais de 7.000 anos.
A principal construção de Tiwanaku é, sem dúvida, a Pirâmide de Akapana: um edifício de base retangular, com terraços superpostos, coroados por um templo; grandes escadarias que dão acesso ao santuário. Akapana é o símbolo da terra seca e do fogo celeste, da ilha de fogo e da sabedoria que sobrevive aos cataclismas.
Nas escadarias desse templo piramidal, encontramos o ideograma HURAKESA, que representa a Terra. Mas, se invertido, passa a representar o Céu. Dessa forma, aplicados nos degraus, fazem das escadarias de Akapana uma “ponte” de união entre esses dois mundos: UKU PACHA, a Terra, a Cidade de Baixo, e HANA PACHA, o Céu, a Cidade do Alto. Assim, subir as escadarias de Akapana leva os tiwanakus da Terra ao Céu; ao descer, voltavam do Céu para a Terra. Akapana é, portanto, a ligação entre os dois universos andino.
Perto dali, em outro monte artificial, encontra-se um pórtico de pedra semelhante à Porta do Sol, mas com representação de perdizes no lugar de condores. Esses dois pássaros eram considerados como portadores de luz através do céu: perdizes transportavam raios da lua, enquanto condores, levavam raios solares. Isso indica, portanto, que esse pórtico é uma representação lunar e, então, ficou conhecida como Porta da Lua.
O templo de PUMAPUNKU, cujo nome significa “A Porta dos Jaguares”, está, hoje, reduzido a um terraço, cujo principal enfeite é o signo “S” – que, em Tiwanaku está associado ao jaguar, representando sua cauda em movimento, e portanto um símbolo de vitalidade. Parece que havia ali uma grande pirâmide de pedra sobre a qual deveria estar o templo do Jaguar. Porém suas pedras foram deslocadas pelos invasores espanhóis para construção de palácios e igrejas.